10.2.15

CUTOUTS

Na longa trajectória artística do pintor, encontram-se várias etapas, conceptualmente diversas e audazes, no plano técnico. Um dos seus traços essenciais é, justamente, a sua capacidade para experimentar, para encontrar novas forma e novas linguagens num panorama como o da pintura contemporânea que está obrigada a mudar constantemente de pele, de se transformar perante os desafios de outras artes visuais e das mudanças para novos suportes. Pintomeira possui perícia técnica, formação intelectual, conhecimento dos rumos nacionais e internacionais da pintura e, além disso, uma forte vontade experimental. Assim chega a esta nova proposta, na sua carreira temática, que é a série Cutouts, inspirada na obra que o pintor Henri Matisse desenvolveu nos derradeiros anos da sua vida e que, em datas recentes, foi exposta em toda a sua amplitude nos prestigiados museus MOMA e na Tate Modern. Para Matisse, aquele projecto tinha sido uma solução crepuscular; para Pintomeira é, pelo contrário, uma nova experiência na maturidade da sua trajectória artística. Depois de indagar no surreal ou de conciliar a arte figurativa com a necessidade da identidade, que marcou boa parte da sua obra, agora trata de entender o mundo actual, no seu fragmentário, o reutilizado, mas também os seus recortes que fazem parte do discurso da sociedade presente, dos seus desafios e dos seus medos.

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