Em Amesterdão, Holanda, durante a década
de 1970, no seu período surrealista,
Pintomeira foi fortemente influenciado pelos temas dos pintores do
Renascimento, principalmente os alusivos à mitologia greco-romana.
Com este novo tema, Faces de Madonas do Renascimento, o seu
quarto relacionado com o rosto feminino (Faces
2003, Outras Faces 2010 e Novas Faces 2016), ele revisita a obra renascentista, sendo, agora, influenciado
pelas devotas faces das Madonas produzidas durante esse admirável período da
história da arte. Se a sua expressão devota e contemplativa nos remete para as
obras de temática religiosa produzidas durante o renascimento, estas faces são de desenho
simples e já de estilo maneirista.
Com o título “Faces de Madonas do
Renascimento”, Pintomeira apresenta trabalhos em técnica mista sobre tela, sobre
papel de fotografia colado em placa de PVC e sobre cartão. Ele usa tintas
acrílicas, grafite e pastel para a preparação de um fundo de linguagem
abstracta. O seu enérgico e marcante estilo continua presente no desenho das
faces das madonas, sempre utilizando um forte
e denso contorno. São recorrentes as figuras geométricas, o tracejado, os drippings
e o design gráfico.
A pintura é, na sua quase
totalidade, monocromática, onde predominam o preto e o branco e as respectivas gradações
de tons cinza. Algumas obras apresentam-se com pequenas manchas de cores
primárias.
A Faces de Madonas do Renascimento, conduziram Pintomeira à produção
do seu 15º tema, numa já longa e multifacetada carreira, onde se encontram,
também, a fotografia a arte digital e a ilustração.